quarta-feira, 5 de março de 2014

Tonari no Totoro (1988)

Também conhecido por My Neighbor Totoro, esta será talvez a grande obra de lançamento/reconhecimento internacional de Hayao Miyazaki.

Conta-nos a história de 2 irmãs, crianças, que mudam de casa com o pai para uma zona rural do interior, possivelmente para uma zona mais próxima do hospital em que a mãe das duas se encontra internada. Seria de esperar que a mudança trouxesse tristeza, saudade ou depressão para as crianças, normalmente vulneráveis a mudanças e ambientes pouco estimulantes. Mas quando se deparam com uma casa velha e em mau estado, a sua reacção foi de alegria e motivação para a descoberta e a aventura, colocando o pai à prova cada vez que uma, normalmente a mais nova, desaparecia nas suas explorações. É numa dessas ausências que Mei encontra Totoro, um gigante deus da floresta bastante amigável, e acaba por se reconfortar com a felpuda criatura.



A mensagem da história prende-se com valores entregues à família, principalmente com a importância das mães na construção e suporte familiar e pessoal. A mãe de Satsuki (filha mais velha) e Mei encontra-se hospitalizada e é aí que Miyazaki vai buscar todo o sentido e propósito desta mensagem tão importante. Vemos diversas vezes Satsuki ter de reconfortar e suportar a irmã mais nova que sofre, na sua vulnerabilidade comum de infância, à falta de um ser maternal. E neste sentido a figura “mãe” é quase inexistente na obra, quase como um figurante com 2 linhas de diálogo em todo o filme, talvez para nos apercebermos, questionarmos e preocuparmos com a vida familiar sem aquela figura preciosa. Vemos Satsuki cozinhar, lavar, limpar e tolerar toda a lida de uma casa de família. Tudo numa mensagem muito subliminar e escondida, talvez existente apenas para os pais que normalmente vêem filmes de animação com os filhos, o que eleva ainda mais a genialidade de Miyazaki que consegue com uma mesma obra transmitir mensagens diferentes, quer para crianças quer para adultos.


É um filme terno, gracioso, reconfortante e abundantemente nostálgico. Transporta-nos para a infância e faz-nos relembrar os verdadeiros valores da família, amizade, carinho e solidariedade.


Sem comentários:

Enviar um comentário