segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Boyhood (2014)


Para quem ainda não tinha visto qualquer filme de Linklater até há dois meses atrás, como foi o meu caso, esta descoberta do autor pode ser fascinante. O realizador americano é alma, coração, nata absoluta na representação de vida, fases da vida e momentos fulcrais no desenvolvimento humano. Mas tudo com contraste na simplicidade e importância de cada etapa.

Esta ambição de Linklater é uma vez mais comprovada através de Boyhood. Neste seu novo projecto no qual acompanha o crescimento e desenvolvimento de Mason desde os 6 anos de idade até aos 18, Linklater e tenta recriar os sentimentos, pensamentos, vivências, experiências e relações que fazem parte desta longa e tenebrosa transição até à vida adulta.

Boyhood conta a história da vida de Mason mas encontra-se e procura identificar-se com o maior número de pessoas possível. É um filme que toca a todos e que não pode deixar ninguém indiferente. Provavelmente tudo isto é culpa da sua simplicidade, principalmente na forma como retrata os episódios da vida. Com ritmos bastante distintos ao longo do filme que lutam por ilustrar a instabilidade de humores na vida, que não é nem deve ser um mar de rosas.


Quanto mais penso no filme mais me apercebo da sua grandeza. Durante quase metade do filme tive dificuldade em perceber se era mesmo a história de vida de Mason ou se estávamos só a observar uma família. Mas até aqui Linklater foi genial. O início da nossa vida é rodeado por pessoas, sejam elas irmãos, pais, primos ou amigos. Essa dependência de outros vai desaparecendo e vamos procurando o nosso espaço, o nosso lugar e as pessoas com as quais mais nos identificamos. Tudo isto é brilhantemente, embora de forma subtil, evidenciado em Boyhood. À medida que Mason vai crescendo vamos vendo-o mais e mais independente, mais sozinho e determinado nos seus pensamentos. A pouco e pouco vai conquistando o seu lugar enquanto verdadeiro protagonista do filme. Tal qual como na vida de todos nós em que esse protagonismo pode/deve ser conquistado.


Boyhood foi, para mim, um verdadeiro espelho. E foi por isso mesmo que o achei genial. À obra e ao autor, que através do retrato mais simplista conseguiu encontrar e resolver a complexidade de ilustrar o crescimento e transição de uma criança para um jovem adulto de forma brilhante.

Mason: “I wish I could use the bumpers...”
Dad: “You don't want the bumpers, life doesn't give you bumpers.”



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

1º Aniversário Quero Ver 1 Filme


Dia 09 de Dezembro de 2013 ficou marcado na história da minha vida como o dia da 1ª publicação do Quero Ver 1 Filme. Este espaço nasce de uma necessidade de expressão interior. Sem querer comprometer a paciência de ninguém que não quisesse de facto perder tempo com as minhas opiniões sobre cinema e Tv decidi criar um sítio que me permitisse libertar aquilo que me vai na cabeça. Descobri toda uma comunidade de espaços e pessoas com opiniões e personalidades completamente distintas e achei que podia criar o meu próprio lugar.

Ao longo deste ano publiquei 25 reviews. Filmes que de uma forma ou de outra me fizeram querer escrever algo. Ficou explicita a minha paixão por Breaking Bad, que continuo a defender como a maior obra de entretenimento televisivo de sempre. Dei algum ênfase ao meu gosto pela animação, através da rubrica Bica. E fui relembrando algumas das cenas que mais me marcaram.

Como uma das coisas que mais gosto de fazer é a edição de vídeos, ainda que de forma bastante amadora, editei uma pequena compilação em jeito de homenagem aos filmes que tiveram lugar nas minhas reviews. Apenas ficaram de fora alguns documentários que se demonstraram extremamente difíceis de inserir no contexto da montagem que realizei.