sábado, 1 de março de 2014

Mononoke-Hime (1997)


A magia intrínseca nas obras de Miyazaki é incontestável. Acontece não só pela fantasia narrativa de cada peça e cada frame, como pela intencional aproximação a temas não tocados em outras obras de animação. Mais uma vez isso acaba por acontecer em Mononoke-Hime (Princess Mononoke) onde Miyazaki demonstra, na sua maneira sublime, o impacto nefasto da exploração humana dos recursos naturais numa era que se aproxima do início da revolução industrial japonesa.

Ashitaka procura a cura de uma doença/vírus/praga mortal que assola a sua região e acaba, enquanto viaja, por se deparar com uma guerra aberta entre os deuses da floresta e a cidade de Tatara. Liderada por Lady Eboshi, Tatara é uma colónia mineira com um imenso poder conseguido através do seu armamento de fogo, nitidamente sofisticado para a altura. Tão complexo quanto a ambição que Eboshi tem em vir a governar o mundo sem olhar a meios para alcançar os fins. Mesmo que isso passe por aniquilar toda a floresta e os seus deuses animais, gigantes dotados de capacidades ultranaturais.


É notória a mensagem complexa (ou não) inerente a esta obra intemporal do Mestre japonês. A crítica ao voraz consumo do planeta e o nosso impacto nos recursos imateriais e limitados que consumimos desmesuradamente. É uma verdadeira obra-de-arte da animação que parece mais direccionada para adultos do que para crianças, mas que se for bem pensada até que nem é má ideia começar por introduzir este tema desde tenras idades.


Narrator: “In ancient times, the land lay covered in forests, where, from ages long past, dwelt the spirits of the gods. Back then, man and beast lived in harmony, but as time went by, most of the great forests were destroyed. Those that remained were guarded by gigantic beasts who owed their allegiances to the Great Forest Spirit. For those were the days of gods and of demons...”




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