Indie Game é um
documentário no mínimo inspirador. Procura retractar as regalias e as
dificuldades que um criador independente carrega. Seja este um criador de
videojogos, objecto de estudo do documentário, seja um criador de qualquer
outra forma de arte. E aqui a “forma de arte” será um dos pontos essenciais
para compreender os valores entregues nesta obra. Aqui o criador é um artista,
no sentido mais lato da palavra, é ele que concebe a ideia, desenha e constrói
o mundo da sua personagem e entrega uma obra de arte para o mundo avaliar e,
neste caso, jogar.
Acompanhamos as últimas fases de desenvolvimento de três dos
maiores jogos indie de sempre. SuperMeat Boy, Braid e FEZ. E compreendemos as grandes diferenças entre estes jogos
e os grandes jogos de prateleira das grandes produtoras. Diferenças óbvias que
começam no próprio motivo e razão de existência dos videojogos e que acabam nos
acessos à distribuição. Estes criadores têm coisas perceptíveis em comum mas a
mais saliente será a justificação para a existência da sua concepção. Todos
justificam o desenvolvimento dos videojogos como forma de expressão. Como forma
de arte e como escape para os problemas que os afectam. Sinceramente não acredito
que nada disso aconteça nas grandes produtoras e equipas de criadores. Não
acredito que nas equipas de mais de mil programadores e designers todos compreendam a real razão de existência do jogo que
estão a desenvolver. Se é que há alguma para além do lucro.
Indie Game é
inspirador porque representa exemplos de pessoas que recusam exercer cargos em
empresas em que provavelmente seriam notáveis em detrimento de liberdade e de
entrega aos valores que acreditam. É a declaração dos videojogos como forma de arte e de expressão.
“My
whole career has been me, trying to find new ways to communicate with people,
because I desperately want to communicate with people, but I don't want the
messy interaction of having to make friends and talk to people, because I
probably don't like them.” – Edmund McMillen
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