Narrado e
testemunhado em 1º pessoa, desde o início da ocupação israelita a uma aldeia
palestiniana. O crescer da tenção, revolta e frustração por parte dos
camponeses enquanto testemunham a ocupação das suas terras pelo exército
israelita para a construção de aldeamentos (israelitas). Uma luta de força
desproporcionais ao ponto do sadismo, de um lado, contra toda a originalidade possível
de desempenhar por parte das populações.
Emad observa através
do seu ímpar olhar o desenvolver de um conflito, a semente de um ódio que hoje
é inevitável. Documenta os acontecimentos desde o 1º dia em que as tropas
israelitas chegam à sua terra, bem como, em paralelo, o crescimento do 3º filho
desde o dia do seu nascimento. É uma forma “perfeita” de ilustrar o conflito.
Consegue demonstrar as repercussões que toda aquela guerra tem sob os habitantes
da zona, mas também ajuda a compreender onde nasce o ódio, a vingança e a
frustração. Usa o olhar de uma criança e consegue explicar a direcção para a
qual aquele conflito se encaminha.
Ao longo
do documentário Emad faz uso das suas câmaras até o momento em que cada uma
delas é despedaçada pelas tropas israelitas. O final de uso de cada uma marca
um capítulo fechado na história daquela população. Seja esse capítulo fechado
por uma nova carga militar ou simplesmente um tiro de sniper, geralmente o início
de um novo marca um crescente de desmesurado uso da força militar. No fim de
contas o problema com que se deparam é nada mais que uma ocupação territorial e
uso e abuso de força contra civis desarmados. Quer dizer, armados… com pedras.
Se este
não é o género ideal de documentário então não sei qual será. O olhar de um vídeo
amador, de quem vive e luta contra um problema. Se querem tentar perceber o que
pode levar um homem ou mulher cometer suicídio ou juntar-se a uma causa armada,
se querem tentar compreender qual o nível de desespero que uma pessoa pode
suportar… podem começar por aqui.
“Healing is a
challenge in life. It's a victim sole obligation. By
healing, you resist oppression. But when I'm hurt over and over again, I forget
the wounds that rule my life. Forgotten wounds can't be healed. So I film to
heal. I know they may knock at my door at any moment. But I'll just keep
filming. It helps me confront life. And survive.” – Emad Burnat
Sem comentários:
Enviar um comentário