domingo, 19 de janeiro de 2014

Uma fatia a cada - Awards Season #1


Arrancou a temporada de prémios com a atribuição dos Globos de Ouro e, posteriormente, os Critics Choice Awards. Ontem foi a vez dos Screen Actors Guild com tudo a correr na normalidade e este ano, bastante competitivo, parece não haver muitos casos anómalos no que toca a justiça de nomeações. De referir que dada a qualidade de obras este ano em competição, antevemos uma grande imprevisibilidade até ao momento de entrega dos Oscars.

Fazendo uma análise qualitativa por categoria, e começando pela qual mais anseio, vou procurar encontrar aquele que de momento é o mais indicado a ganhar na grande noite de Fevereiro.


Melhor Realizador:
Tanto nos Globos com nos Critics Choice o vencedor foi Alfonso Cuarón. Realizador de Gravity que este ano nos transportou para bem longe do solo que pisamos. Com uma técnica absolutamente sublime com a câmara sempre a seguir todos os movimentos de forma continua, quase como se estivesse numa dança com a personagem e a própria tela. Uma movimentação de câmara possível para Cuarón, que merece reconhecimento por, como exemplo, Children of Men, onde consegue alguns dos melhores takes a que tive o prazer de assistir nos últimos anos.
Grande concorrência vem de Steve McQueen (12 Years a Slave) que apresentou um filme magnifico. Filmado na perfeição, com intensidade e com o objectivo perfeitamente conseguido de nos colocar o mais próximo possível daquele lugar sombrio. Com cenas dignas de Oscar para melhor realizador, mas com um Cuarón, neste momento, líder na corrida.
O meu preferido é Cuarón. Para mim, o único este ano a trazer uma nova dimensão para o cinema e aquele que acredito que virá a vencer o Oscar.


Melhor Actor Principal:
Em comparação directa com, pelo menos, os últimos 5 anos parece-me que este é o ano mais forte em termos de competição por este galardão. Vemos um Matthew McConaughey (Dallas Buyers Club) que de momento leva tudo consigo no bolso (Globo, Critics e SAG), mas uma concorrência que não o vai deixar descansar até final, principalmente vinda de Chiwetel Ejiofor (12 Years a Slave). De referir também que Leonardo DiCaprio (com o seu melhor desempenho da carreira) arrecadou até momento tanto o Globo como o Critics Choise para melhor actor de comédia, quem diria? Até o próprio fez uma piada semelhante ao receber o Globo.
O candidato principal neste momento é óbvio, mas vamos esperar para ver os próximos prémios, que acredito, em que pelo menos nos BAFTA, Ejiofor venha a conquistar o seu lugar.


Melhor Actriz:
Esta parece ser a categoria mais fácil de prever este ano. Cate Blanchett (Blue Jasmine) desde o momento em que estreou a nova obra de Woody Allen, centra-se como a grande favorita ao prémio final. Até agora levou consigo todos os 3 principais troféus da temporada e a avaliar pelas nomeações é assim que continuará a ser até final. As adversárias mais competitivas este ano serão Amy Adams (American Hustle) ou Sandra Bullock (Gravity).


Melhor Actor Secundário:
Mais uma categoria cheia de desempenhos magistrais, mas que parece já estar a tomar um rumo bem demarcado. Jared Leto (Dallas Buyers Club), 4 anos depois do seu último papel, aparece em cena com um desempenho que já lhe garantiu os 3 troféus até momento. Apesar de ter uma competição apertada com concorrentes como Michael Fassbender (12 Years a Slave) ou Bradley Cooper (American Hustle), não me parece que o título lhe fugirá este ano.


Melhor Actriz Secundária:
Aqui sim, surpresas poderão acontecer. Por enquanto diria que a favorita é a nova estrela do ano, Lupita Nyong'o, vencedora do SAG e Critics Choise. Mas tanto Sally Hawkins, Julia Roberts ou Jennifer Lawrence tiveram boas apreciações por parte da crítica. Esta última vencendo mesmo o Golden Globe, e sendo ela vencedora o ano passado do Oscar de melhor actriz e coqueluche de Hollywood, nunca se sabe o que poderá acontecer. Eventualmente, ainda será cedo.


Melhor Filme:
A categoria mais falada/desejada. Mais uma que me parece já ter um favorito escolhido e não trará grandes surpresas. Desde que esta categoria foi alargada a 9 ou 10 nomeações nos Oscar que estas parecem servir como um consolo, um prémio de certa forma por uma ano de trabalho para quem investiu nesses filmes. O que me parece bastante sensato, mas que acaba por trazer menos suspense à competição. A sensação que tenho neste momento, e avaliando quer os Globos quer os Critics, a vitória será para 12 Years a Slave. Apenas me parece haver uma tensão do lado de Gravity (filme do género "no academy winner"), Dallas Buyers Club ou American Hustle.


Restantes Categorias: (tirando melhor filme "estrangeiro", dos quais não vi nenhum)
As mais técnicas serão, como sempre das mais difíceis de previr. No entanto, este ano temos uma obra que se demarca de todas as restantes no que toca a aspectos técnicos. Gravity, para mim o melhor filme desta temporada, será com quase toda a certeza, e como a comunicação social tem o hábito ridículo de comparar filmes pela quantidade de prémios que traz de cada concurso, o mais premiado na noite dos Oscar. Não estou a ver outro filme a roubar-lhe prémios como melhor edição, efeitos especiais, cinematografia, edição de som...

Por enquanto vemos os prémios bastante repartidos e não encontramos um grande vencedor. Uma fatia do bolo a cada um...
São até agora as minhas apostas e vou esperar para ver o que as próximas galas trarão de novo para estas competições.
Até Breve

Sem comentários:

Enviar um comentário