Posso afirmar desde
já que Interstellar é, para mim, o melhor filme de Nolan até hoje. É uma obra
ambiciosa, talvez a mais da sua carreira, tem os seus momentos de acção, tensão
e ansiedade mas sobretudo, e aqui é o ponto de viragem em que Nolan me
surpreendeu mais, é brutalmente emotivo. Até agora ainda não tinha visto um
único filme de Nolan com tamanha capacidade de criar uma verdadeira relação
emotiva com a audiência. A única situação até agora tinha sido em The DarkKnight Rises na discussão entre Bruce e Alfred. Mas nada desta dimensão. Nada
que eu sentisse verdadeiramente que toda a sala de cinema tenha alcançado a real
razão de ser do “herói”. Porque isto, o amor, deve ser das coisas mais exigentes
de exprimir em cinema. Principalmente o familiar e associado à saudade, à distância
e até à sua própria ausência. Esta foi a nova dimensão que Nolan adicionou à
sua equação.
Interstellar é irrepreensível em termos técnicos. Banda sonora,
edições, planos, sequências e cinematografia. Se o é também em linhas de
argumento? Uns dirão que sim e outros que não. Eu fico-me pela objectividade de
dizer que serve o seu propósito e que mais ou menos certeza teórica não é para
aqui chamada porque no mundo do sci-fi as regras do jogo são as do maestro que
compõe a estória.
Pode-se fazer a comparação que se quiser com os clássicos que
já se sabe que são as matrizes deste tipo de ficção. Mas se esta é uma obra que
vai ficar na história apenas o tempo o dirá. Quanto a mim, é para rever.
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