sexta-feira, 28 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Gattaca (1997)
Gattaca é um thriller sci-fi distópico. A sociedade
encontra-se dividida entre os “filhos de deus” (população de fecundação e
nascimento comum, com todos os defeitos que o ser humano pode conter) e os geneticamente
modificados. Estes últimos carecem de problemas de saúde ou de desequilíbrios
psicológicos. Desejados por qualquer organização e considerados como um
investimento seguro, estes seres de perfeição genética são os pilares da
sociedade e constituem uma elite inalcançável por qualquer outro ser humano.
Não
quero desvendar muito do plot do filme por risco de estragar possível
experiência de visualização. Consequentemente resta-me constatar que estamos
perante um obra que revitaliza a importância da acção humana num universo cada
vez mais automatizado e desprovido de orientação intuitiva. É um filme que
realça a importância e principal característica do ser humano. A força de
vontade, a capacidade de sonhar e de seguir o que nos preenche o coração.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Indie Game: The Movie (2012)
Indie Game é um
documentário no mínimo inspirador. Procura retractar as regalias e as
dificuldades que um criador independente carrega. Seja este um criador de
videojogos, objecto de estudo do documentário, seja um criador de qualquer
outra forma de arte. E aqui a “forma de arte” será um dos pontos essenciais
para compreender os valores entregues nesta obra. Aqui o criador é um artista,
no sentido mais lato da palavra, é ele que concebe a ideia, desenha e constrói
o mundo da sua personagem e entrega uma obra de arte para o mundo avaliar e,
neste caso, jogar.
Acompanhamos as últimas fases de desenvolvimento de três dos
maiores jogos indie de sempre. SuperMeat Boy, Braid e FEZ. E compreendemos as grandes diferenças entre estes jogos
e os grandes jogos de prateleira das grandes produtoras. Diferenças óbvias que
começam no próprio motivo e razão de existência dos videojogos e que acabam nos
acessos à distribuição. Estes criadores têm coisas perceptíveis em comum mas a
mais saliente será a justificação para a existência da sua concepção. Todos
justificam o desenvolvimento dos videojogos como forma de expressão. Como forma
de arte e como escape para os problemas que os afectam. Sinceramente não acredito
que nada disso aconteça nas grandes produtoras e equipas de criadores. Não
acredito que nas equipas de mais de mil programadores e designers todos compreendam a real razão de existência do jogo que
estão a desenvolver. Se é que há alguma para além do lucro.
Indie Game é
inspirador porque representa exemplos de pessoas que recusam exercer cargos em
empresas em que provavelmente seriam notáveis em detrimento de liberdade e de
entrega aos valores que acreditam. É a declaração dos videojogos como forma de arte e de expressão.
“My
whole career has been me, trying to find new ways to communicate with people,
because I desperately want to communicate with people, but I don't want the
messy interaction of having to make friends and talk to people, because I
probably don't like them.” – Edmund McMillen
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Temas #2 – Ennio Morricone – The Ecstacy of Gold
Era impossível esta
rubrica não ter a presença de um dos meus compositores favoritos. The Ecstacy of Gold é um dos temas de The Good, TheBad and The Ugly (1966) do gigante Sergio Leone. É
provavelmente um dos temas mais utilizados fora do contexto cinematográfico, em
publicidade, conferências, vídeos promocionais, etc.
domingo, 9 de novembro de 2014
Interstellar (2014)
Posso afirmar desde
já que Interstellar é, para mim, o melhor filme de Nolan até hoje. É uma obra
ambiciosa, talvez a mais da sua carreira, tem os seus momentos de acção, tensão
e ansiedade mas sobretudo, e aqui é o ponto de viragem em que Nolan me
surpreendeu mais, é brutalmente emotivo. Até agora ainda não tinha visto um
único filme de Nolan com tamanha capacidade de criar uma verdadeira relação
emotiva com a audiência. A única situação até agora tinha sido em The DarkKnight Rises na discussão entre Bruce e Alfred. Mas nada desta dimensão. Nada
que eu sentisse verdadeiramente que toda a sala de cinema tenha alcançado a real
razão de ser do “herói”. Porque isto, o amor, deve ser das coisas mais exigentes
de exprimir em cinema. Principalmente o familiar e associado à saudade, à distância
e até à sua própria ausência. Esta foi a nova dimensão que Nolan adicionou à
sua equação.
Interstellar é irrepreensível em termos técnicos. Banda sonora,
edições, planos, sequências e cinematografia. Se o é também em linhas de
argumento? Uns dirão que sim e outros que não. Eu fico-me pela objectividade de
dizer que serve o seu propósito e que mais ou menos certeza teórica não é para
aqui chamada porque no mundo do sci-fi as regras do jogo são as do maestro que
compõe a estória.
Pode-se fazer a comparação que se quiser com os clássicos que
já se sabe que são as matrizes deste tipo de ficção. Mas se esta é uma obra que
vai ficar na história apenas o tempo o dirá. Quanto a mim, é para rever.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Dazed and Confused (1993)
Uma confissão: nunca tinha visto nenhum filme de
Linklater. Já tinha tentado. Mas gosto mesmo muito de ver os filmes certos para
a disposição que tenho no momento e parece que hoje acertei em cheio. Sempre
ouvi (li) que Linklater é um génio. Mas só agora percebi o porquê.
Dazed andConfused é o retracto mais simples, perfeito e completo que vi até hoje sobre a
adolescência. Se calhar por ser tão intemporal e por tocar em aspectos que
ainda hoje são o espelho da juventude. A irreverência, ansiedade, ambição,
coragem, comodidade, o encontrar do seu próprio “eu” bem como as amizades, os
círculos de amigos e as relações amorosas e familiares.
Mostra-nos o último dia de
aulas de um grupo de jovens do secundário e um outro do 3º ciclo. Entremeando a
estória do grupo de finalistas com o grupo de caloiros através dos rituais de
recepção aos novos alunos e das festas de início de verão. Linklater consegue
representar todos os grupos, indivíduos, e personagens que existem na adolescência,
seja o grupo dos intelectuais, o dos atletas, o dos que estão na sua a fumar
umas ou simplesmente daqueles que não querem saber de quaisquer convenções
sociais. Há todo o tipo de jovens que ainda hoje fazem parte da juventude escolar,
seja nos EUA seja em Portugal.
Dazed and Consfused é irreverente, impaciente e assertivo
tal como o seu objecto de estudo. A juventude. Se a estória só se passa num
dia, acredito que seja para demonstrar isso mesmo. Que sentido faria contar uma
estória passada durante um mês acerca de alguém que apenas vive o momento?
“Man, it's the same
bullshit they tried to pull in my day. If it ain't that piece of paper, there's
some other choice they're gonna try and make for you. You gotta do what Randall
Pink Floyd wants to do man. Let me tell you this, the older you do get the more
rules they're gonna try to get you to follow. You just gotta keep livin' man,
L-I-V-I-N.”
- Wooderson
Subscrever:
Mensagens (Atom)