Não há dúvida que
este será um dos melhores trabalhos de Kubrick e provavelmente um dos seus mais
desvalorizados. Talvez pelo ritmo lento e de pouco entretenimento não será o
tipo de filme que agrada ao espectador comum, mas, sem dúvida, vale a pena um
pequeno esforço para aqueles que procuram uma verdadeira jóia do cinema.
Barry Lyndon é uma
pequena odisseia de um jovem confuso e sem muitos princípios na europa do séc.
XVIII. O acompanhar na vida de uma máscara fugida e escondida na dispersa
sociedade aristocrática. Com passagens pelo exército, trapaças e tentativas de
arrecadar títulos, esta obra acompanha o jovem irlandês desde o início da sua
adolescência até o ponto mais alto a que a sua determinação e ambição o
levaram. Tenta mostrar os interesses e a maldade do jogo de poderes na
sociedade e pode ser transposto para a realidade dos nossos dias que vivemos
numa sociedade cada vez mais provida interesses particulares em detrimento do
bem comum.
Para mim, o mais
interessante desta obra é sem dúvida toda a realização e envolvente que Kubrick
consegue criar. Das duas vezes que tive o prazer de olhar para o ecrã e ver
esta magnífica peça, fiquei obcecadamente preso naquelas cenas. Kubrick
consegue o que qualquer realizador de filmes de época tenta... transportar o
espectador para aquele mundo. É óbvio que não posso sequer imaginar como era a
vida naquela época, mas o que se vê nesta obra é uma realidade que parece
existir numa altura em que nem sequer havia câmaras. Ou seja, com os passeios
de coche, as caminhadas à beira dos lagos, as festas e cerimónias, duelos, batalhas
e cenas atrás de cenas filmadas somente à luz de velas sem recurso a luz
artificial Kubrick transporta-nos, como poucos conseguem, para ali, para aquele
momento.
Em última instância é
um filme envolvente e, para mim, uma perfeita obra-prima, um quadro assinado
por Stanley Kubrick.
“I’m not sure if I can say that I have a favourite
Kubrick picture, but somehow I keep coming back to Barry Lyndon. I think that’s
because it’s such a profoundly emotional experience.” Martin Scorcese
Um filme enorme.
ResponderEliminargigantesco! absolutamente hipnotizante, como qualquer de Kubrick.
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