terça-feira, 22 de julho de 2014

5 Broken Cameras (2011)



Narrado e testemunhado em 1º pessoa, desde o início da ocupação israelita a uma aldeia palestiniana. O crescer da tenção, revolta e frustração por parte dos camponeses enquanto testemunham a ocupação das suas terras pelo exército israelita para a construção de aldeamentos (israelitas). Uma luta de força desproporcionais ao ponto do sadismo, de um lado, contra toda a originalidade possível de desempenhar por parte das populações.

Emad observa através do seu ímpar olhar o desenvolver de um conflito, a semente de um ódio que hoje é inevitável. Documenta os acontecimentos desde o 1º dia em que as tropas israelitas chegam à sua terra, bem como, em paralelo, o crescimento do 3º filho desde o dia do seu nascimento. É uma forma “perfeita” de ilustrar o conflito. Consegue demonstrar as repercussões que toda aquela guerra tem sob os habitantes da zona, mas também ajuda a compreender onde nasce o ódio, a vingança e a frustração. Usa o olhar de uma criança e consegue explicar a direcção para a qual aquele conflito se encaminha.

Ao longo do documentário Emad faz uso das suas câmaras até o momento em que cada uma delas é despedaçada pelas tropas israelitas. O final de uso de cada uma marca um capítulo fechado na história daquela população. Seja esse capítulo fechado por uma nova carga militar ou simplesmente um tiro de sniper, geralmente o início de um novo marca um crescente de desmesurado uso da força militar. No fim de contas o problema com que se deparam é nada mais que uma ocupação territorial e uso e abuso de força contra civis desarmados. Quer dizer, armados… com pedras.


Se este não é o género ideal de documentário então não sei qual será. O olhar de um vídeo amador, de quem vive e luta contra um problema. Se querem tentar perceber o que pode levar um homem ou mulher cometer suicídio ou juntar-se a uma causa armada, se querem tentar compreender qual o nível de desespero que uma pessoa pode suportar… podem começar por aqui.


“Healing is a challenge in life. It's a victim sole obligation. By healing, you resist oppression. But when I'm hurt over and over again, I forget the wounds that rule my life. Forgotten wounds can't be healed. So I film to heal. I know they may knock at my door at any moment. But I'll just keep filming. It helps me confront life. And survive.” – Emad Burnat


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